sexta-feira, 27 de março de 2009

'Cazadores de letras': el arte de robar palabras

Fue el talento para contar historias robándoles palabras hasta dejarlas solamente con lo esencial que llevó Ana María Shua al encuentro de la ficción. En 1984 la escritora argentina publicaba su primer libro de microrrelatos 'La sueñera'. Veinticinco años después, la obra es parte del más reciente libro de la autora: un recopilatorio de sus relatos de ficción bajo el sugerente nombre de 'Los Cazadores de Letras'.

El libro, de la editorial Páginas de Espuma y presentado en Madrid, recoge sus cuatro obras de microrrelatos ('La sueñera', 'Casa de geishas', 'Botánica del caos' y 'Temporada de fantasmas') y un grupo de mini cuentos inéditos, con el título de 'Fenómenos de circo'.

elmundo.es 25/03/2009
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sábado, 21 de março de 2009

Dores de crescimento

Houve um tempo em que te achei impregnado em mim. Impregnado, uma coisa que levava na pele, que carregava para trás e para a frente. Transpiravas-me nos poros, saías-me nos restos de fôlego depois de correr, pairavas no ar depois de cada passa no cigarro. Eras como uma nódoa dessas entranhadas que não saem nem com esfregão de arame. Uma marca de nascença. Um sinal.

Hoje acho-te só uma dor de crescimento. Daquelas que te fazem fechar os olhos e apertar a cabeça com força. Das que ficam ali, a moer, numa dor fininha e persistente até desaparecerem.

E eu precisei de 696 dias e 22 horas para que tu desaparecesses de dentro de mim.

Para que deixasse de doer cá dentro, para que, volta meia volta, não regressasses em forma de dor aguda. Para te arrancar a ferros, para me lavar por dentro e aprender a respirar sem ti. (E isso que sempre foi difícil respirar contigo. Esse nó cá dentro, esse peso no peito.)

"-Voltas?"
"-Diz-me que voltas..."

Precisei de 696 dias. Contados no calendário, entrapados em lágrimas, escorridos em horas de angústia e de raiva. De dentes cerrados até doer. E finalmente livre. Finalmente sem ti. Finalmente o olhar-te nos olhos e já não está. Foi-se a dor fininha. Foste-te.

22horas. Para pensar em como apagar as marcas. Para suspirar por última vez, deitando fora o último sopro de ti.

Precisei de te ter, de te sentir e perder e recuperar e deixar ir e afastar-te e odiar-te... tanto, tanto, tanto! Com tanta força e de olhos tão fechados numa tentativa inútil. E outra vez a cair e a dizer que desta é que é, desta é que vai ser o certo e a esquecer que eras um erro. O meu erro, o maior erro... (mas porquê tão certo?)... A minha maior verdade. Dessas que batem de frente. Cruas e definitivas.

Precisei de 696 dias e 22 horas para crescer. Para te fechar a porta e deixar ir sem olhar para trás. Mas tu tens de ganhar sempre, não é?

"-Eu jogo muito bem e não gosto de perder."

E por isso foste, mas levaste contigo o que eu fui antes de te conhecer. Por isso volta. Diz-me que voltas. Não que voltas para mim. Mas que voltas. Só para me devolveres o que eu fui. E depois podes ir. Não fiques. Eu não quero que fiques.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Joseph Bau: del infierno a la redención

Durante tres años, Joseph Bau fue tan sólo un número: el 69084 del campo de concentración de Plaszow. Su vida puede resumirse en una sucesión de milagros, que le permitieron aguantar el Holocausto y vivir para contarlo, pintarlo y dibujarlo con el talento que le ayudó a supervivir.

Hasta el día 18 de marzo, Madrid acoge la exposición 'Joseph Bau, el pintor de Cracovia', que expone los dibujos y viñetas del autor: algunos hechos durante el cautiverio y otros ya después de la liberación.

Entre la desesperación y la amargura de algunas imágenes hay espacio para la ternura, la ironía y el sentido del humor con los que, pese a todo, nunca dejó de mirar la vida. "Es mi venganza personal contra los nazis, que querían matar no sólo a la gente, sino también su espíritu", dijo en una ocasión.

elmundo.es 16/03/2009
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domingo, 15 de março de 2009

Camarero...

-"¿Qué?"
-"¡Una de kiwi!"
-"¿De kiwi?"
-"Kiwi hope, Joana, kiwi hope…"

quinta-feira, 12 de março de 2009

Catorce miradas distintas hacia la memoria

Cinco países, 14 artistas y un denominador común: la memoria. Es el tema central de la exposición que acoge la Casa América hasta el próximo día 15, en Madrid. 'Regreso. Arte latinoamericano y memoria' recoge las obras de artistas emergentes y consolidados de Brasil, Chile, Colombia, México y Venezuela, en un intento de interpretar la manera como se usa la memoria en el proceso creativo.

Desde la fotografía a la pintura, pasando por la instalación artística o el vídeo, los distintos autores recurren a varios estilos para representar los recuerdos que perduran en las distintas fases de la vida de uno mismo. La infancia, la experiencia personal o la memoria social son algunos de los segmentos en los que se divide la muestra.

elmundo.es 9/3/2009
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quarta-feira, 11 de março de 2009

Disseram-me

"No, bonita, no te levantes, que nosostros, los pequeños, tenemos que ir en pie, que tenemos poco tiempo para hacerlo. Cuando llegues a los 95 años ya me contarás si es así o no... pero no me faltes al encuentro, ¿he? ¡Que te estaré esperando!"

domingo, 8 de março de 2009

Numb


Um dia acordas e percebes que já não existe. É uma sensação estranha, não sabes bem o que é, mas já não existe. E olhas para ti, para dentro, e de dentro para fora e viras-te do avesso e voltas a procurar e não existe. Encolhes os ombros e dizes que não importa. Mas não sabes em que momento acabou. Onde desapareceu. Em que esquina ficou depois de que tu seguisses em frente. Sabes que já não está. Continuas com a tua vida, preenches os espaços vazios com coisas mais vazias ainda que os enchem de nada.

No fundo, sabes que algum dia voltarás a subir aos telhados e a conversar até amanhecer. E que um dia vais dar a mão outra vez e dançar ao som do saxofone do miúdo que sempre toca ao fundo da rua. E que vais voltar a soltar gargalhadas ao quadrado e que a vida vai voltar a ser mais que um encolher de ombros.

Que um dia acordas, e percebes que voltaste a sentir.

(Não, não sabes nada disto. Mas preferes acreditar que sim.)