quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Erro de casting

"O que é que se faz quando se ouve tudo o que se queria ouvir,
mas da boca da pessoa errada?"
"Acaba por se engolir em seco
e segue-se em frente, um bocado mais vazio
e sem se saber bem para onde...
É isso que se faz..."

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Tempo

Um dia disseram-me: "O tempo cura tudo". E repetiram a frase vezes sem conta. E eu agarrei nela e convenci-me que sim, que era verdade. E acreditei. Mas depois tu voltas, e voltas e voltas... e demasiado tempo depois ainda tens a capacidade de me deixar o coração em frangalhos, com a sensação de que agarraste nele e o atiraste contra a parede vezes sem conta. Tu não sabes, mas é assim que me sinto de cada vez que voltas a aparecer. Como se me arrancassem o coração e o atirassem uma e outra vez contra a parede. E eu fico ali, feita cacos, no chão, a olhar para todos os pedaços estilhaçados, com a certeza de que algum se perdeu mais uma vez e que nunca vou ser capaz de os voltar a pôr a todos no sítio e a pensar que já era tempo de te arrancar de dentro de mim. E que, se o tempo cura tudo, quanto tempo falta para que tu deixes de ser esta ferida permanentemente aberta? Já é tempo de que saias da minha vida. É tempo de que entendas que me fazes mal. E que não voltes. Não voltes. Não voltes. Não voltes. Por favor. Eu não quero que voltes.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Incondicional

Quando eu era pequena e encolhia os pés porque não gostava da areia da praia, ele dava-me a mão.
Quando havia trovoada e eu tinha medo, ele deixava-me dormir com ele.
Quando comecei a aprender a andar de bicicleta e, volta meia volta, caía, ele ajudava-me a levantar.
Quando o mundo inteiro desabou em cima de mim outra vez e voltei a sentir como o chão me fugia debaixo dos pés, ele apanhou um avião só para me vir dar um abraço.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Velhos conhecidos

Há demasiado tempo que pensava que não era para durar. Não era para ser assim. Não era para a sua vida. Tudo demasiado perfeito. As mãos dadas. Os passeios noite dentro. As mensagens que não se esperavam. Os jantares. As esperas à saída do trabalho. E a sensação de que podia ser feliz.

Olhava à volta e à volta encontrava gente que estava nisto há muito tempo. Nove anos de um lado. Dez do outro. Mais seis ali. E oito aqui. E visto de fora era uma coisa bonita. E riam-se juntos. E continuavam a sair e a dar-se bem. E abraçavam-se daquela maneira como quem se aconchega. E tinham uma vida juntos.

Havia dias em que pensava que um dia isso também havia de ser seu. Havia dias em que o desejava com todas as forças e com toda a alma. Havia dias em que desejava que isto fosse de facto para durar. Que os 3 milhões de pedacinhos nos quais se tinha partido o seu coração há uns anos começassem por fim a juntar-se. Havia dias em que tinha esperança e conseguia sorrir e acreditar.

Depois havia os outros. Em que achava que isto era uma mentira e se afastava. Em que achava que não era para ser e que o único que fazia era forçar. Por medo de que não voltasse a ser capaz. Às vezes acha que está a queimar todos os cartuchos e a última oportunidade de que alguém lhe importe de verdade. Nunca consegue apagar a sensação de vazio.Tenta preenchê-lo com os seus sorrisos, com as palhaçadas, os mimos e os abraços que fazem que desapareça para o mundo. Por 15 minutos ou uma noite. Mas não mais.

Um dia pensou que podia voltar a voar. Um dia agarrou-se com força. Um dia quis sentir que sentia e que ia voltar a rodopiar na sua mão. Quis tanto e fechou tanto os olhos num desejo profundo que achou que não ia ser capaz de abri-los.

Mas a realidade vem sempre em forma de despertador. E foi quando percebeu que queria sentir, queria gostar, queria que lhe importasse de verdade... mas não conseguia, não era capaz. Por muito que fechasse os olhos.

E começou a sentir como o vazio voltava a crescer mas já sem doer. Só essa angústia fininha que já conhecia. Que durava o espaço que existe entre o que podia ter sido e a certeza de que não era para ser. E que se ia arrastar devagar até desaparecer outra vez.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um dia...

Hei-de ser capaz de viver sem ter sempre o coração nas mãos...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fácil

Saiu do trabalho a correr. Tentou despachar-se, mas como sempre, o chefe, oportuno, tinha arranjado o pincelzinho de última hora. O sitio era perto mas, naquele momento, a avenida parecia-lhe demasiado grande. Era tudo a descer e desceu tudo a correr. Gente que parecia vir de todos os lados, o telemóvel na mão a contar os minutos, o iPod nos ouvidos, mais para fazer ruído e tapar a agitação da rua do que para ouvir o que fosse, e as mãos apertadas, com as unhas cravadas nas palmas até doer mas sem sentir dor. Um semáforo... espera... a polícia que resolve controlar o trânsito no pior dos dias... 2, 3 minutos e volta a correr outra vez... Atravessa as últimas duas ruas sem prestar muita atenção e sobe as escadas... 19h25... cinco minutos antes. Respira fundo e olha à volta. Nada, como seria de esperar. Escolhe um sítio,

"Que mais dá, se são todos iguais?"

Dá uma volta e outra, e senta-se. A música mais alta e um vulto ao longe... 19h38... é? é? é? não é... Fotografias,

"Não quero sair em nenhuma fotografia..."

artistas e desenhos a carvão e em nenhum deles estavas.

19h46... mãos nos joelhos, cabeça baixa e resignação.

"Não vem, não está, em quatro minutos acaba."

Suspiro e lágrimas e um levantar de cabeça. E vê-te ao longe. E aproximas-te e nem dizes nada. E só lhe agarras no braço e apertas com força o seu corpo contra o teu e dizes-lhe que estás ali, que vieste e não vais embora, que tudo isto é uma loucura mas das boas, das que vincam na alma e que percebeste tudo, até o silêncio, e que vais deixar que mergulhe na tua vida como mergulhou agora: de cabeça e sem bóias nem salva-vidas, mesmo que não saiba nadar porque não deixas que se afunde, prometes. E ris-te e ainda não acreditas no que aconteceu e que alguém seja louco de atirar-se a este ponto.

Mas atirou-se. Tinha medo mas, por uma vez, não lhe deu ouvidos. E correu avenida abaixo de coração apertado e mãos fechadas. E esperou e tu vieste. E agora estais aí e não sabeis bem que fazer com tudo isto que se vos escapou das mãos. Com a ameaça de felicidade que não quisestes reconhecer num primeiro momento. Com a certeza de que é uma coisa boa mas que quase estragais com tanto medo e tanto pensar. E agora estais aí, deitados na relva até anoitecer. E tu apareces todos os dias e dás-lhe a mão e deixas-te levar.



Let´s go back to the start

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Vivo

“(...) tinha 36 anos, e lembro-me por isso mesmo, porque foi o ano da minha vida em que me senti mais novo. Nem aos 25, nem aos 21, nem aos 18. Foi aos 36 anos de idade que eu me senti eternamente jovem, quase imortal ou, mais arrepiante ainda, indiferente à própria ideia de morte. E, se eu era jovem, tu, a meus olhos, eras a própria juventude. Tudo em ti, não apenas os teus absurdos 21 anos: a própria maneira um pouco estouvada de caminhares, como se ainda não tivesses aprendido bem a andar, a maneira de parares, virar a cabeça e sorrir por cima do ombro, os teus ares de menina pequenina que precisa de ser embalada, que alternavas com vãs tentativas de pareceres mulher adulta e sabida (...)”

Miguel Sousa Tavares - "No teu deserto"
No final ela morre...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A tempo

Chegava sempre tarde. Aos jantares de família, aos encontros com os amigos e até ao trabalho. As 21h15 sempre se transformavam nas 21h30 e por aí adiante. Não o fazia por mal. À excepção de quando ia trabalhar (quando sempre tinha de lutar consigo mesma uns minutos longos antes de se conseguir livrar dos lençóis) fazia sempre por chegar a tempo. Começava a arranjar-se a horas prudentes mas sempre chegava tarde. Sistematicamente. E mesmo quando decidiu adiantar o relógio, o resultado era o mesmo. Ela ria-se, encolhia os ombros e dizia que não tinha culpa. Que seria intrínseco, endógeno, genético até… e nunca deu muita importância à coisa.

Até ao dia em que percebeu que também era possível chegar tarde (ou pelo menos não a tempo) à vida de alguém.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Los 95 minutos de un instante

Hay instantes que duran el tiempo justo de una foto, de una sonrisa o una mirada. Hay otros que necesitan más minutos: 95, para ser exactos. Tanto como el documental del cineasta Manuel Huerga sobre la gira de siete conciertos que protagonizó Jorge Drexler en 2007, en Barcelona, para presentar el disco 'Cara B'. 'Un instante preciso' sale a la venta en DVD el 21 de octubre en España, y los dos protagonistas se unieron en la Casa de América para una presentación especial.

El evento fue la antesala del concierto que Drexler ofreció anoche en la misma institución: "Estoy en una fase distinta a la del documental. Allí estaba de gira, ahora estoy volcado en mí mismo. Llevo mucho tiempo sin tocar y salir al escenario sólo con la guitarra me da mucho miedo, pero tengo muchas ganas".

elmundo.es 17/09/2009
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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lightning could strike


"- Do you love Drew?
- You mean like you loved Mom?
- Forget about me and Mom.. are you going to marry him?
- Probably.
- Don't get carried away.
(...)
- Listen, I'm crazy about the guy. He's smart, he's aggressive, He could carry Parrish Communications into the 21st century and me along with it.
- So what's wrong with that?
- That's for me. I'm talking about you. It's not so much what you say about Drew, it's what you don't say. Not an ounce of excitement, not a whisper of a thrill, this relationship has all the passion of a pair of titmice. Well, it worries me. I want you to get swept away. I want you to levitate. I want you to sing with rapture and dance like a dervish. Be deliriously happy. Or at least leave yourself open to be. I know it's a cornball thing but love is passion, obsession, someone you can't live without. If you don't start with that, what are you going to end up with? I say fall head over heels. Find someone you can love like crazy and who'll love you the same way back. And how do you find him? Forget your head and listen to your heart. I'm not hearing any heart. Run the risk, if you get hurt, you'll come back. Because, the truth is there is no sense living your life without this. To make the journey and not fall deeply in love, well, you haven't lived a life at all. You have to try. Because if you haven't tried, you haven't lived. Stay open. Who knows? Lightning could strike."

William Parrish (Anthony Hopkins) - 'Meet Joe Black'

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Untitled

"A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura."

terça-feira, 4 de agosto de 2009

De vez

Desta vez é que é. Eu sei que já disse isto mais vezes e volta sempre ao mesmo. Eu sei que já te virei as costas e continuo sempre a olhar-te de soslaio. Eu sei que já não têm conta as vezes que fechei a porta (deixando sempre o pé para trás, para ela só ficar encostada). Mas desta vez é que é.
Tem de ser.
Já adiei isto vezes sem conta, mas agora já não posso mais.
Tenho de ser capaz.
Devo-o a mim mesma e aos anos que perdi estagnada, andando para a frente, correndo, fugindo até... mas sempre num caminho que sabia que se iria cruzar com o teu, mais cedo ou mais tarde.

Tu foste um egoísta. Quando eu podia (e queria) pôr um ponto final, quando estava pronta para seguir em frente e deixar-te para trás, tu não deixaste. Agarraste-me de mil e uma maneiras, dessa maneira tão tua de me prender enquanto me dizes que voe e que tu não tens nada a ver com isso. Dessa tua maneira de me dizer ‘Quero-te aqui’, enquanto me afastas e me fazes crer que a decisão é minha e que posso sair quando quiser, quando na verdade a única coisa de que estás à espera é do momento certo para me atirares com a cana de pesca e recolheres a linha até que eu sinta a tua respiração no meu nariz outra vez.

Durante todo este tempo, tu fizeste as regras, tu jogaste e eu deixei-te jogar por mim. E sempre que lancei os dados fiz o teu jogo. E não por ingenuidade ou ignorância. Não. Não me vou mentir e não te vou mentir. Lamento, mas desta vez vais ter de me ouvir. O que eu queria, a única coisa que eu sempre quis foi que me escolhesses. Que me escolhesses a mim. Nunca me importei de que forma e houve uma altura em que esqueci tudo o que teria de enfrentar para ficar contigo. Eu escolhi-te. A ti. Com os teus defeitos. Com o teu passado. E com todos os danos colaterais. Tu não foste capaz.

Não importa os problemas que tinhas. Nem importa o quão difícil era. Tu nunca quiseste saltar para o vazio comigo. Empurraste-me, puxaste-me, e na hora H ficaste agarrado e deixaste-me cair sozinha. E nunca me escolheste a mim.

Agora sei que eu fui apenas um intervalo. Uma espécie de estrela cadente na tua vida. Por segundos acreditaste que eras capaz, que ainda valia a pena tentar. Fizeste de mim a tua tábua de salvação e fizeste-me acreditar que tudo era real. Mas ninguém salva ninguém, lembras-te? E tu nunca quiseste que eu deixasse de ser apenas uma estrela. Fugaz.

Para todas as tuas desculpas e os teus problemas há uma única expressão. 'Não quero'. Não é 'não posso'. Nem 'não consigo'. É apenas 'não quero'. E, por isso, eu tenho de ser capaz. Porque gosto – sim, ainda gosto – muito de ti. Mas tenho de gostar mais de mim.

E porque um dia tu disseste-me que davas a vida por mim. Mas – e isso é que era importante –, tu nunca foste capaz – porque não querias, não te esqueças – de viver comigo.

E de me escolher a mim.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Então foi assim



e mais não digo!

domingo, 5 de julho de 2009

30/6/2009-4/7/2009

Houve muito sono (quatro dias e dormi 11 horas no total)
Houve uma pizza numa praia às onze da noite
Houve risos, gargalhadas, barrigas e bochechas doridas de tanto rir
Houve o anúncio dos gatos em versão caseira e repetida trezentas mil vezes (e sempre com a mesma piada)
Houve o melhor gelado de chocolate preto do mundo
Houve uma paella numa esplanada à beira-mar
e, ainda assim, menos dois quilos, seguramente, à base dos quilómetros andados debaixo de 39 graus e com uma humidade insuportável - maldita onda de calor -, numa operação bikini mais eficaz que meses de ginásio
Houve a Casa Milla, a Pedrera, a Sagrada Família, o Parque Guel e o Passeig de Gracia
Houve Montjuic, o Estádio Olímpico e as fontes
Houve o porto, o teleférico e as Ramblas
e Barcelona riscada da 'to-do-list', mas com a promessa de voltar (de preferência numa viagem de manos =P )

E depois houve isto:




E isto foi indescritível...



(o melhor? Ainda falta Wembley!)

domingo, 28 de junho de 2009

Spot

Absolutamente genial!!!



E o melhor de tudo é que houve um casting...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Historias de amor y de guerra

Podría ser sólo una historia de amor normal: chico conoce a chica, se enamora y la pierde. Podría serlo si él no fuera Robert Capa y ella Gerda Taro. Si casi toda su relación no hubiera transcurrido en ambiente de guerra. Si al final todo no hubiera terminado en tragedia, con la muerte de Gerda en un accidente (el coche en el que huía del avance de las tropas franquistas chocó contra un tanque haciéndole caer al suelo). Así, es casi un mito. Que ahora tiene un nuevo capítulo en el reciente libro de Susana Fortes, ganador del Premio Novela Fernando Lara 2009.

elmundo.es 12/06/2009
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quinta-feira, 18 de junho de 2009

A melhor prenda de anos


Obrigada!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Brincar às escondidas

Apaixonei-me por ti. Foi de repente. À primeira vista e sem sequer me dar conta. E quando dei já era tarde demais. Tens os olhos castanhos e a pele morena, queimada do sol. O cabelo escuro e o sorriso de quem só está à espera da primeira oportunidade para fazer alguma - a eterna obsessão pelo abismo, como não podia deixar de ser. A barba de três dias e o ar distraído de quem anda pelo mundo ao acaso, sem saber muito bem porquê.

Conhecemo-nos por acaso, num bar ou numa festa de um amigo. Passámos um pelo outro e só trocámos um olhar. E foi só ao final da noite, enquanto eu procurava o casaco numa montanha de roupa, que te aproximaste. Vinhas com os olhos brilhantes de quem já tinha bebido um copo a mais e um sorriso de garoto de cinco anos que tinha acabado de fazer asneira. Disseste-me uma barbaridade qualquer que, felizmente, não entendi e eu olhei-te com ar de enfado

-'Mas o que é que este quer?'


Deves ter achado graça ao meu humor de ratazana porque te escangalhaste a rir e nem soltaste nenhuma parvoíce do género 'que gira que ficas quando te zangas'. Dei-te cinco segundos e comecei a contar mentalmente

'5,4,...'

- 'Sei que não devia, mas que se lixe, posso pedir-te o número?'
E nisto agarraste na palma da minha mão e começaste a escrever o teu a caneta.
- 'Só para veres que jogo limpo, já te dei o meu'.

-'Serás desgraçado???'

Mas achei-te graça. E dei-te o número

-'Capítulo 7... vamos a ver quanto tempo aguentas'.


Ligaste-me quando já nem me lembrava.
- 'És quem?'
- 'Conhecemo-nos no outro dia, apontei-te o meu telemóvel na mão'.
- 'Ah!’ (O teu telemóvel tinha ido pia abaixo com água e sabão)
Combinámos um café

-
‘5, 4, 3.. a ver quanto te aguentas’

que se transformou em copo noite fora e em conversas intermináveis de madrugada. E depois combinámos outro para outro dia e outro para mais adiante.

E houve um dia em que realmente olhei para ti. Olhei-te a sério. Sem o sarcasmo por detrás

(- 'a ver quanto te aguentas')

e falei-te a sério, sem o tom de desafio que tinha usado até aqui e baixei a guarda. E foi quando me dei conta que me ria, ria muito contigo. Que as minhas pernas tremiam quando te via. Que ficava com a boca seca quando deixávamos de falar e se instalava esse silêncio comprometedor. Que sufocava e quase parava de respirar nas milésimas de segundo em que a tua mão tocava ao de leve, como que sem querer, na minha.

E foi quando percebi que desta vez é que era. Que gostava mesmo de ti.

E agora que já sabes como tudo aconteceu, já podes aparecer na minha vida, ok?

sábado, 13 de junho de 2009

Jorge Drexler: 'Tengo la introspección de un tango'

En un año que quería sabático, Jorge Drexler no fue capaz de resistir la llamada del escenario. E hizo un paréntesis... dos, tres, varios. Tocó en Perú, Venezuela, México, Brasil. Y, el 17 de julio, abre nueva excepción para España, en el único concierto que presentará en nuestro país. Será en el festival Atapercu 09, la segunda edición del festival de percusión de Atapuerca, en un espectáculo muy distinto de lo que nos tiene acostumbrados.

"No tiene ninguna relación con lo que hice antes, es todo lo opuesto de mis discos, más lúdico y expansivo y menos intimista. Es una oportunidad para experimentar nuevos sonidos alrededor del ritmo afrouruguayo. Tocaré repertorio mío y canciones tradicionales del candombe. Tengo muchas ganas: es el pretexto perfecto para disfrutar, aprender y buscar nuevos sonidos", explica el cantante. "Al final resultó ser un año menos sabático de lo que creí".

elmundo.es 12/06/2009
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

'Soy la anarquista del fado'

Mísia pasó años remando a contracorriente. Buscando nuevas formas de hacer fado, reinventándolo en todos los rincones del mundo, de una manera que es sólo suya. Y al noveno disco, cuando ya parecía que la gente se acostumbraba a este fado tan poco convencional, otro giro más. Y vuelve a sorprender.

'Ruas' [calles] —compuesto por dos CD, 'Lisboarium' y '&Tourists'— es como una habitación con dos ventanas: una para Lisboa y otra para el resto del mundo. Y junto con un primer disco de fados, Mísia saca una especie de disco 'outsider', con versiones de los Nine Inch Nails y los Joy Division, canciones turcas, napolitanas y japonesas. Todo está envuelto en un mismo paquete, que sale a la venta en España el 19 de mayo. En junio empieza la gira de presentación de su disco, que pasará por Valladolid (5 de junio), Madrid (3 de julio), Barcelona (4 de julio) y Sevilla (16 de diciembre).

elmundo.es 18/05/2009
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quarta-feira, 3 de junho de 2009

As fadas

- Acreditas em fadas?
- Não sei, acho que nunca vi nenhuma.

As fadas caracterizam-se por duas coisas: as estrelas que lhes saem dos pés ao andar e o ar travesso. Andam quase sempre em bicos dos pés, sem fazer barulho. Quando ninguém as vê, gostam de fazer piruetas em pontas, com os braços arqueados à volta do corpo fino. Normalmente deixam um rasto de luz. São difíceis de detectar porque não estão ao alcance do olhar de todos.

Gostam de se disfarçar de gente normal para pasarem despercebidas nas multidões. Sorrateiras. Seria o adjectivo adequado.

Têm doseadores de felicidade porque normalmente são tão esfuziantes que correm o risco de explodir numa gargalhada. E os danos colaterais não são bonitos. De felicidade ou não, são um cocktail molotov em potência.

Houve casos de fadas que explodiram no meio de gente que ficou contagiada para sempre dessa alegria inebriante. Não é bom. Os humanos precisam chorar.

Sonham. Muito e a todas as horas. Têm termómetros de precisão que medem a exacta necessidade de ilusão na vida de cada um. Põe pequenas pinceladas no dia a dia e esperam que os humanos não se desviem das suas armadilhas. Quase sempre acontece e elas ficam irritadas, vermelhas e com fumo a sair pelas orelhas (por isso também vêm equipadas com doseadores de raiva… as explosões de raiva são piores).

Mas são pacientes e por isso voltam a esticar o fio da ilusão à espera que alguém caia. Os afortunados que não se desviam e tropeçam, sabem que se encontraram com uma fada porque essa noite voltam a sonhar.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fotografiar por impulso

No encuadran, no enfocan y no esperan al momento perfecto. Ellos sólo disparan. Seguramente sus fotografías no serán las más representativas de la realidad, pero son las más originales. Se llaman lomógrafos, sus camaritas son pequeñas, súper portátiles, de plástico y analógicas. Y dicen que el secreto de una buena foto es la sorpresa.

El jueves se reunieron en Madrid para un fin de semana lomográfico, que empezó con la exposición 'Diana Vignettes', con más de 20 fotografías en gran formato de personalidades de diferentes disciplinas de la cultura española. Tres días llenos de actividades, que se completaron con un tour nocturno el viernes y un taller de fotografía.

elmundo.es 11/05/2009
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terça-feira, 12 de maio de 2009

Do que não volta

Vão sentados no metro, no banco em frente. Entram sorridentes e de mãos dadas e sentam-se. Nota-se que são de fora mesmo antes de falarem. Na verdade não falam muito. Ele, loiro e de olhos azuis, cruza o olhar com a miúda da frente. Olha-a a de diferentes maneiras e de diversas vezes e mexe-se no banco, inquieto. Como se a qualquer momento se fosse levantar direito a ela. Mas não vai.

Ao lado, a rapariga que entrou com ele finge que não repara. Aconchega-se nele, encosta a cabeça no ombro dele e fecha os olhos. Espera. Volta a abri-los e, ao lado, nem um movimento. Vira o olhar para ele, que permanece estático, olhando na direcção da outra miúda

Volta a fechar os olhos. E quando os abre estão pejados de lágrimas que ela não quer deixar cair.

Abre e fecha. Abre e fecha. E a mesma impassividade ao lado.

Ele já não é dela há muito tempo e ela sabe-o. e sabe também que ele nunca será capaz de verbalizar o que grita nesse silêncio imóvel. E ela prefere a ilusão de o ter num recanto sossegado.

Fecha os olhos. Ele suspira resignado e finalmente apoia a cabeça na cabeça dela que pesa no seu ombro.

No banco da frente a miúda levanta-se e sai na paragem seguinte. Ele limita-se a segui-la de soslaio, sem coragem de a encarar de frente.

Sabe que acabou de se apaixonar e de deixar o momento sair pela porta.

domingo, 10 de maio de 2009

Madrid descubre estos días la fotografía contemporánea

Un pabellón, 47 galerías de arte y obras de 350 artistas. Así será Madrid Foto la primera feria de fotografía contemporánea, que estará en la capital del 7 al 10 de mayo.

Evento hermano de las muy conocidas Paris Photo y Miami Photo, la feria madrileña nace para colmar un vacío en la escena nacional y cubrir las exigencias de los amantes de la fotografía. En una atmósfera agradable, entre stands, pasillos, zonas de descanso y cafeterías, los visitantes tendrán acceso a fotos, libros sobre la especialidad y firmas de los artistas. Una manera de acercar el gran público a la fotografía contemporánea.

elmundo.es 07/05/2009
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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Boa onda

"There's no need to complicate, our time is short"

Adoro, adoro, adoro os bonequinhos sádicos!!!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Los portugueses Clã lucen su 'Cintura' en Madrid

En 1992, mientras Barcelona celebraba sus Juegos Olímpicos, y Bill Clinton ganaba las elecciones en EEUU a George Bush padre, seis jóvenes se juntaban en Oporto, Portugal, para formar un grupo de música.

Se harían llamar Clã [en español, clan] y serían fieles al significado de su nombre: diecisiete años después, siguen juntos como una verdadera familia. Al quinto álbum, cruzan la frontera y llegan a Madrid el día 29, para presentarlo en la Sala Taboó.

elmundo.es 27/04/2009
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Una noche de cine fantástico

La noche parecía perfecta y, por si alguien aún no se había fijado, Paul Naschy soltó el aviso: "Hoy es noche de luna llena. ¡Por si acaso he venido preparado con los antídotos!". Y fue en este escenario apropiado que decenas de personas llenaron una de las salas de los cines Golem, en Madrid, para asistir al SHOTS (Certamen Internacional de Cortometrajes Fantásticos).

El evento, organizado por la revista 'Scifiworld', premió a tres jóvenes directores y atribuyó a un emocionado Paul Naschy el premio honorífico por toda una carrera dedicada al género. "Estoy muy ilusionado. El premio se ha dado de corazón, por gente que me aprecia de verdad, y eso no tiene precio", dijo.

SHOTS reunió más de 300 cortos de cinco países distintos, de realidades tan dispares como EEUU o Corea. Al final fueron 20 los finalistas presentados al jurado y exhibidos al público anoche. Ángel Sala, director del festival de Sitges, Nacho Cerdá, director cinematográfico, y Antonio Reis, director del Fantasporto, fueron los responsables del fallo de los premios.

elmundo.es 15/04/2009
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domingo, 12 de abril de 2009

Edgar Allan Poe revisitado

Cuando se trata de hablar de Edgar Allan Poe, las palabras empiezan a quedarse cortas. Padre de la novela negra y de ciencia ficción, genio de la historia policíaca y de terror, su huella en la literatura es profunda e innegable. En el año en que se celebra el bicentenario de su nacimiento, las editoriales se han apresurado en sacar obras que rindieran homenaje a su talento. La más reciente se ha presentado en Madrid y recoge siete de sus cuentos en siete nuevas versiones.

'Poe', de 451 editores, reinventa algunos de los cuentos del autor. "Las versiones que más me gustan son las que destrozan el original, los que lo hacen pedazos y recrean, a partir de sus cenizas, un monstruo nuevo. Éste fue el reto que propusimos a los escritores", cuenta Fernando Marías, el editor.

elmundo.es 11/04/2009
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Recuso-me, lamento

Já sou quem tu queres que eu seja,
Tenho emprego e uma vida normal.
Mas quando acordo e não sei
Quem eu sou, quem me tornei
Eu começo a bater mal.
O teu bem faz-me tão mal!

Já me enquadro na tua estrutura.
Não ofendo a tua moral.
Mas quando me impões o meu bem
Eu ainda sinto aquém.
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal!

Sei que esperas que não desiluda,
Que por bem siga o teu ideal.
Mas não quero seguir ninguém
Por mais que me queiras bem.
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal!

Sei que me vais virar do avesso
Se eu te disser foi em mim que apostei.
Não, não é nada que me rale
Mesmo que me faças mal.
Do avesso eu te direi:
O teu mal faz-me tão bem!
'Mal por mal' - Deolinda

sexta-feira, 27 de março de 2009

'Cazadores de letras': el arte de robar palabras

Fue el talento para contar historias robándoles palabras hasta dejarlas solamente con lo esencial que llevó Ana María Shua al encuentro de la ficción. En 1984 la escritora argentina publicaba su primer libro de microrrelatos 'La sueñera'. Veinticinco años después, la obra es parte del más reciente libro de la autora: un recopilatorio de sus relatos de ficción bajo el sugerente nombre de 'Los Cazadores de Letras'.

El libro, de la editorial Páginas de Espuma y presentado en Madrid, recoge sus cuatro obras de microrrelatos ('La sueñera', 'Casa de geishas', 'Botánica del caos' y 'Temporada de fantasmas') y un grupo de mini cuentos inéditos, con el título de 'Fenómenos de circo'.

elmundo.es 25/03/2009
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sábado, 21 de março de 2009

Dores de crescimento

Houve um tempo em que te achei impregnado em mim. Impregnado, uma coisa que levava na pele, que carregava para trás e para a frente. Transpiravas-me nos poros, saías-me nos restos de fôlego depois de correr, pairavas no ar depois de cada passa no cigarro. Eras como uma nódoa dessas entranhadas que não saem nem com esfregão de arame. Uma marca de nascença. Um sinal.

Hoje acho-te só uma dor de crescimento. Daquelas que te fazem fechar os olhos e apertar a cabeça com força. Das que ficam ali, a moer, numa dor fininha e persistente até desaparecerem.

E eu precisei de 696 dias e 22 horas para que tu desaparecesses de dentro de mim.

Para que deixasse de doer cá dentro, para que, volta meia volta, não regressasses em forma de dor aguda. Para te arrancar a ferros, para me lavar por dentro e aprender a respirar sem ti. (E isso que sempre foi difícil respirar contigo. Esse nó cá dentro, esse peso no peito.)

"-Voltas?"
"-Diz-me que voltas..."

Precisei de 696 dias. Contados no calendário, entrapados em lágrimas, escorridos em horas de angústia e de raiva. De dentes cerrados até doer. E finalmente livre. Finalmente sem ti. Finalmente o olhar-te nos olhos e já não está. Foi-se a dor fininha. Foste-te.

22horas. Para pensar em como apagar as marcas. Para suspirar por última vez, deitando fora o último sopro de ti.

Precisei de te ter, de te sentir e perder e recuperar e deixar ir e afastar-te e odiar-te... tanto, tanto, tanto! Com tanta força e de olhos tão fechados numa tentativa inútil. E outra vez a cair e a dizer que desta é que é, desta é que vai ser o certo e a esquecer que eras um erro. O meu erro, o maior erro... (mas porquê tão certo?)... A minha maior verdade. Dessas que batem de frente. Cruas e definitivas.

Precisei de 696 dias e 22 horas para crescer. Para te fechar a porta e deixar ir sem olhar para trás. Mas tu tens de ganhar sempre, não é?

"-Eu jogo muito bem e não gosto de perder."

E por isso foste, mas levaste contigo o que eu fui antes de te conhecer. Por isso volta. Diz-me que voltas. Não que voltas para mim. Mas que voltas. Só para me devolveres o que eu fui. E depois podes ir. Não fiques. Eu não quero que fiques.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Joseph Bau: del infierno a la redención

Durante tres años, Joseph Bau fue tan sólo un número: el 69084 del campo de concentración de Plaszow. Su vida puede resumirse en una sucesión de milagros, que le permitieron aguantar el Holocausto y vivir para contarlo, pintarlo y dibujarlo con el talento que le ayudó a supervivir.

Hasta el día 18 de marzo, Madrid acoge la exposición 'Joseph Bau, el pintor de Cracovia', que expone los dibujos y viñetas del autor: algunos hechos durante el cautiverio y otros ya después de la liberación.

Entre la desesperación y la amargura de algunas imágenes hay espacio para la ternura, la ironía y el sentido del humor con los que, pese a todo, nunca dejó de mirar la vida. "Es mi venganza personal contra los nazis, que querían matar no sólo a la gente, sino también su espíritu", dijo en una ocasión.

elmundo.es 16/03/2009
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domingo, 15 de março de 2009

Camarero...

-"¿Qué?"
-"¡Una de kiwi!"
-"¿De kiwi?"
-"Kiwi hope, Joana, kiwi hope…"

quinta-feira, 12 de março de 2009

Catorce miradas distintas hacia la memoria

Cinco países, 14 artistas y un denominador común: la memoria. Es el tema central de la exposición que acoge la Casa América hasta el próximo día 15, en Madrid. 'Regreso. Arte latinoamericano y memoria' recoge las obras de artistas emergentes y consolidados de Brasil, Chile, Colombia, México y Venezuela, en un intento de interpretar la manera como se usa la memoria en el proceso creativo.

Desde la fotografía a la pintura, pasando por la instalación artística o el vídeo, los distintos autores recurren a varios estilos para representar los recuerdos que perduran en las distintas fases de la vida de uno mismo. La infancia, la experiencia personal o la memoria social son algunos de los segmentos en los que se divide la muestra.

elmundo.es 9/3/2009
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quarta-feira, 11 de março de 2009

Disseram-me

"No, bonita, no te levantes, que nosostros, los pequeños, tenemos que ir en pie, que tenemos poco tiempo para hacerlo. Cuando llegues a los 95 años ya me contarás si es así o no... pero no me faltes al encuentro, ¿he? ¡Que te estaré esperando!"

domingo, 8 de março de 2009

Numb


Um dia acordas e percebes que já não existe. É uma sensação estranha, não sabes bem o que é, mas já não existe. E olhas para ti, para dentro, e de dentro para fora e viras-te do avesso e voltas a procurar e não existe. Encolhes os ombros e dizes que não importa. Mas não sabes em que momento acabou. Onde desapareceu. Em que esquina ficou depois de que tu seguisses em frente. Sabes que já não está. Continuas com a tua vida, preenches os espaços vazios com coisas mais vazias ainda que os enchem de nada.

No fundo, sabes que algum dia voltarás a subir aos telhados e a conversar até amanhecer. E que um dia vais dar a mão outra vez e dançar ao som do saxofone do miúdo que sempre toca ao fundo da rua. E que vais voltar a soltar gargalhadas ao quadrado e que a vida vai voltar a ser mais que um encolher de ombros.

Que um dia acordas, e percebes que voltaste a sentir.

(Não, não sabes nada disto. Mas preferes acreditar que sim.)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Terremoto portugués con ritmo africano

Cuando en 2006 los Buraka Som Sistema lanzaron el EP 'From Buraka to the World' no imaginaban el terremoto que estaban a punto de provocar. Con el primer single, 'Yah!', Portugal despertaba para lo que sería, en poco tiempo, el mayor fenómeno musical portugués de los últimos años, dentro y fuera de sus fronteras.

"Cuando grabamos el EP sabíamos que había algunas personas interesadas en nuestro trabajo. Pero nunca pensamos que pudiera llegar a esto", recuerda Conductor (Andro Carvalho). "Después de que el EP saliera a la venta, viendo la acogida de la gente, empezamos a darnos cuenta de que las cosas podrían ser mayores de lo que alguna vez nos había pasado por la cabeza".

elmundo.es 23/02/2009
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Walid Raad presenta su visión de la guerra civil del Líbano

Lleva años intentando mirar la guerra de una manera distinta. En la visión de Walid Raad no hay víctimas, ni culpables. No hay explicaciones económicas, justificaciones sociales o actores políticos. "Son las voces dominantes siempre que intentamos describir actos de violencia extrema. Pero yo busco algo distinto".

En 1999, este artista libanés creó un grupo de trabajo para concretar ese objetivo. 'The Atlas Group Archive', es un proyecto centrado en la guerra civil del Líbano, la historia del país entre 1975 y 1991, resucitada a través de vídeos, documentos y fotografías. "Muestro situaciones que pueden parecer banales pero que para mí son importantes para entender cómo sobreviven esos acontecimientos en la memoria de quienes los han vivido y cómo siguen ejerciendo su influencia hoy día", explica.

elmundo.es 19/02/2009
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

No ponto

- "E como é que eu sou?"
- "Doce."
- "Como Häagen Dazs de doce de leite?"
- "Nao, como o chocolate preto."
- (...)
- "Doce. Sem ser enjoativo."

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Andy Chango recupera a Boria Vian, en un ambiente teatral

Si no fuera porque Boris Vian murió más de 10 años antes de que naciera Andy Chango, los dos hubieran sido amigos. Compartirían el sarcasmo, la ironía y el humor refinado. Saldrían de copas, con un cigarrillo en una mano y una cerveza en la otra. "Beberíamos mucho y, seguramente, nos pasaríamos toda la noche hablando", dice el cantante entre risas. No pudo ser. Pero, anoche, los dos estuvieron juntos en la sala Clamores, cuando el músico argentino salió al escenario para cantar 'Boris Vian', su más reciente álbum.

elmundo.es 11/02/2009
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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Somewhere

E à chegada, depois de mais um tropeção, o sorriso de um estranho e 'Somewhere over the rainbow', que me acompanha nas escadas do metro. Se eu acreditasse em sinais podia dizer que este é um deles.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Campaña contra el acoso escolar por Internet

Puede venir en forma de un vídeo colgado en Youtube, una foto manipulada en un blog, o un insulto en un foro. El acoso por Internet, o 'ciberbullying', ya es una de las agresiones más comunes entre los menores y supuso, en 2008, un 20 por ciento de los casos de acoso atendidos por las líneas de Protégeles, asociación que vigila los contenidos peligrosos para la infancia.

Los datos son las primeras conclusiones de un estudio desarrollado por la asociación y divulgado por ocasión del Día Internacional de la Internet Segura, que se celebra el 10 de Febrero. En colaboración con el Insafe, una organización para la seguridad en Internet, dependiente de la Comisión Europea, Protégeles presenta también un spot de televisión que se emitirá en todos los países de la Unión Europea.

elmundo.es 10/02/2009
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Un mensaje de paz, en forma de arte

Sus pasos anduvieron siempre el camino de la paz. Con tan sólo cinco años fue considerado la encarnación del Buda de la Compasión y supo cuál sería su destino: el pequeño Tenzin Gyatso sería el Dalai Lama. Aceptó la responsabilidad y siguió adelante. En 1989, tras una larga lucha por la independencia y libertad de los suyos, el Premio Nobel de la Paz sellaba sus esfuerzos y el Dalai Lama reafirmaba sus principios: "La paz empieza dentro de cada uno".

elmundo.es 30/01/09
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Positivos

Começou com champôs deixados ao acaso debaixo de arbustos. Houve risos e gargalhadas. Sestas em comboios, rallies em autocarros a caminho de Sintra. Vídeos e fotos. Quedas no meio de bares. Copos, abraços e conversas. Non-sense q.b. Tertúlias num colchão no meio da sala. Houve ainda pastéis de Belém, tempo para passear e mostrar-lhes Lisboa. Para bebermos imperiais numa esplanada com sofás e vista para o rio. E acabou com o Alberto a partilhar os phones do iPod comigo, para dançarmos os dois na paragem de autocarro uma música que ele sabe que me deixa feliz.

Negativos

"Fotografei você na minha Rolleiflex. Revelou-se a sua enorme ingratidão"

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Agora não

"If I told you things I did before
told you how I used to be
would you go along with someone like me"

(Sim e sempre o soubeste.)
Nunca lhe assustou o teu passado, os erros de antes, a pessoa que eras e da qual tinhas tanto pudor em falar. Nunca quis saber. E achava graça à maneira embaraçada como falavas, como passavas a mão por cima das sobrancelhas ou pelo cabelo e ficavas estupefacto, a olhar para ela sem saber porquê.

-"Não sei porque raio te conto isto".

Olhavas para o lado, rias-te, passavas a mão pelo cabelo e abanavas a cabeça... Sempre.

Vistos de fora sempre seríeis um par estranho: ela, doce, delicada, amável, sempre com passos de bailarina e, ao teu lado, pequenina; tu, alto, meio bruto e ríspido, com mau feitio e mau humor crónicos. Ainda assim, vá-se lá saber porquê, entendíeis-vos. E éreis capazes de ficar horas a fio a conversar, sem ter de haver um fio condutor ou um sentido naquilo que dizíeis. Ela tirava de ti o lado mais meigo. Tu roubavas-lhe o sarcasmo e a ironia. E o tempo passava, quase sempre, depressa demais. E de fora ninguém entendia. E dentro também não. Porque tu achavas que ela era irreal e não podia existir e ia esfumar-se cedo ou tarde e ela achava que... ela não sabia o que achava.

"If you knew my story word for word
had all of my history
would you go along with someone like me"

(Sim, sabes que sim.)
Nunca quiseste acreditar que podia acontecer outra vez. Isto de te apaixonares sem sentido e sem razão. Aconteceu. De um dia para o outro. De tanta fuga e tropeção e tentativa e erro e um nos braços do outro e os dois de lágrimas nos olhos e um adeus e um pára e recomeça e quero-te mas não posso e posso mas não quero e não devo e os dois sem dormir. E risos. E não quero saber e amo-te e preciso-te e gosto-te e desespero e adeus. E angústia. E sufoco. E sozinhos os dois. E dúvidas por certezas e mais fácil e tão difícil. E um nó que não se desfaz. E vazio. E silêncio.

Aos poucos, o ar voltou a passar e a respiração voltou ao normal. E tu fazias a tua vida e ela fazia a dela. E os dois a arrastar o amor nas horas e nos dias. Ou isso ou a enlouquecer.

- "Esqueci-te".
- "Esqueci-te".
- "Não te esqueci".


E parecia que nunca ia passar e o peso sempre no peito. E os olhos a fechar e a mesma imagem no escuro.

E um dia o voltar atrás. E já não a mão pelo cabelo. Nem o sorriso ou a dúvida. E tu a voltares a ser quem foste. E ela a encolher. E copos e conversas e gestos e tu não és esse. E ela a encolher. E um ponto pequenino no fundo do bar e tu a agarrares-lhe a mão e ela a já não estremecer. E ela a querer desaparecer e já não igual, já não os mesmos. E tanta vontade de ser diferente e agora já é. E perdida. E vazio. E silêncio. E o aperto mas não o mesmo.

Nunca quis saber de quem foste, o que foste, o que fizeste, o que pensaste. Antes. E tu nunca acreditaste que ela podia gostar de ti assim. Agora. E orgulhar-se e querer-te para sempre. Assim. Tão inacreditavelmente opostos e contrários. E por não acreditares não exististe. Sempre o mesmo, sempre o voltar atrás e o medo de ser maior e o agarra e larga e deixa estar que eu sou capaz e não preciso. E precisavas. Mas não querias. E acabou.

O dia da marmota


"This winter... is ever going to end?"

Tu sabes. Eu também. Com mais ou menos seis semanas acaba sempre.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poesía susurrada al oído

Empezará suave como un murmullo. El 27 de enero, los franceses Les Souffleurs saldrán a las calles de Madrid para susurrar poesía al oído a quien pase, abriendo, de manera original, la novena edición del Festival Escena Contemporánea.

A las 11.00, un grupo irrumpirá en la Plaza Mayor. Vestidos de negro, sujetando paraguas y regalando versos a través de un tubo de 1,80 metros de largo. El objetivo: ralentizar el tiempo.
"Queremos reinyectar la palabra en los lugares cotidianos, en los distintos puntos de las ciudades donde la gente se apresura, sin tiempo para fijarse en lo que pasa a su alrededor. Es un intento de desaceleración del mundo", explica el director artístico de la compañía, Olivier Comte.

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El mundo contemporáneo, por el objetivo de Zoe Leonard

Son fotos con historia. Todas las imágenes suelen serlo, pero las de Zoe Leonard, aunque actuales, parecen tener años de historia detrás. Cuentan los entresijos del mundo contemporáneo, los efectos de la globalización, lo que le indigna y le atrae, en fotos que hacen volver la mirada hacia atrás.

La primera gran muestra en España de su trabajo está en el Museo Reina Sofía hasta el 16 de febrero. 'Zoe Leonard: Fotografías' recoge cien obras de la fotógrafa norteamericana, que traducen todo su trabajo desde los años 70 hasta la actualidad.

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Change

You see
I know change
I see change
I embody change
All we do is change
Yeah, I know change
We are born to change
We sometimes regard it as a metaphor
That reflects the way things ought to be
In fact change takes time
It exceeds expectations
It requires both now and then
See, although the players change
The song remains the same
And the truth is

You gotta have the balls to change

'Change', Vinnie Jones intro

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um lugar melhor

Hoje o Mundo tornou-se um lugar melhor. Porque a era Bush acabou e ele saiu como devia: envergonhado, cabisbaixo e depois de ter levado com um sapato em cima. Porque os EUA têm um presidente negro. Mas acima de tudo, porque, quando Barack Obama fala, faz-me pensar que acredita de verdade no que diz. E que o discurso da igualdade e a vontade de transformar o país, e por consequência o Mundo, num lugar melhor não são apenas palavras vãs.

De esquerda, de centro ou de direita, pouco importam as conotações... o que me impressiona é a frontalidade do olhar deste homem. Desde o início. Sem ter de recorrer a ataques pessoais, a segredos escondidos na juventude e erros passados para mostrar que é melhor que cada um dos adversários. Depois da desilusão de há quatro anos - quando o país voltou a dar razão a todos os que, com um antiamericanismo mais ou menos primário, o consideram uma nação de estúpidos, ignorantes e hipócritas, ao eleger pela segunda vez uma coisa tao rafeira, desprezível e mentirosa como Bush - é tempo de respirar.

Barack Obama vai falhar, claro. Vai cometer erros e enganar-se como toda a gente. Mas, para já, conseguiu recuperar a esperança e a fé de milhões de pessoas. E isso já é muito.

Yes, we can!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Para começar bem o dia


Porque sim

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Aquí el guión lo haces tú

Es teatro, pero es distinto. Hay actores, pero ninguno sabe qué papel va a representar. En una misma noche pueden ser héroes, villanos e incluso dibujos animados. En un mismo espectáculo pueden actuar en un western y en un musical. Esto es teatro improvisado.

El truco no es simple. Pero lo parece. Antes de la sesión, cada persona del público recibe una tarjeta en blanco donde debe escribir algo: una frase o una palabra, real o inventada, que dará el título a las obras que se verán esa noche. Improvisadas, por supuesto, porque todo depende de la imaginación del público.

"Hay veces en que nos escriben las cosas más raras, como para ponernos a prueba, a ver si somos capaces de hacerlo. Otra veces nos escriben casi guiones completos", explica Juanma, uno de los cuatro miembros de la compañía de teatro 'Jamming' [improvisando].

elmundo.es 11/01/2009
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Let it snow!

Tres vivas pela vaga de frio polar!!! Enquanto eu puder sair de casa para trabalhar e a primeira coisa que veja sejam uns flocos de neve a cair , esqueçam lá o calor e o sol! Frio e neve é o que se quer. Já nem me lembro da última vez que saí assim: sem guarda-chuva, com o cabelo a ficar pintalgado de branco e o "crshh", "crshh" dos pés a pisarem neve acabada de cair... e enquanto a maioria fugia ou se escondia atrás dos guarda-chuvas, lá ia eu, ensonada, de olhos pequeninos, com um sorriso de meio metro e a demorar o triplo do tempo a fazer o caminho, só para pisar neve durante mais tempo, como se tivesse outra vez três anos!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

El amor, la ilusión y el desencanto de Fernando Pessoa, ilustrados

MADRID.- En los años más bohemios de Lisboa, Fernando Pessoa se sentaba en una mesa del café 'A Brasileira', que aún resiste al tiempo en el Chiado, y escribía. Con un vaso de aguardiente al lado, cogía una servilleta, un papel ya usado, o su cuaderno si lo tenía a mano, y esperaba a que la inspiración llegara.

Sus poemas le dieron la fama pero incluso en Portugal, poca gente conoce las cuartetas que también son suyas. Solía decir que las cuartetas "son las jarras de flores que un pueblo coloca en la ventana de su alma" y esta parte de su obra es un homenaje a lo más popular que existe en la cultura portuguesa.

En uno de sus viajes de regreso a Lisboa, el artista portugués Richard Câmara descubrió este lado oculto del poeta y le encantó. Cogió 35 cuartetas y les dió una nueva vida con sus ilustraciones, que ahora llegan a Madrid, en la exposición 'Pessoa POPular'. La exhibición, que es parte de la programación de la VI Mostra Portuguesa, se inaugura el martes y estará en el pabellón de exposiciones de la Universidad Autónoma hasta el próximo día 28.

elmundo.es 18/11/2008
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Os bons


"Mãe, porque é que os bons ganham sempre?"

A pergunta era frequente e desconfio que ela nunca lhe soube responder com certeza. Olhava para a televisão, com os olhos pequeninos e curiosos, onde patifes e superheróis lutavam todos os dias e franzia o sobrolho. Naquele quadrado, os bons, ensanguentados, doridos e espezinhados, levantavam-se mesmo quando parecia que tudo estava perdido e no último momento iam buscar forças sabe-se lá onde para darem cabo dos maus. Era assim, uma e outra vez. E ele franzia o sobrolho.

"Mãe, porque é que os bons ganham sempre?"

Alguma coisa ali não batia certo e ele já o sabia, apesar da distancia que ia do chão à sua cabeça ser pouco mais de um metro. Sentado no chão, em cima da sua manta, com meia dúzia de brinquedos à volta, fingia que se contentava com as respostas dos adultos, mas continuava a franzir o sobrolho. Até porque lá na escola havia meninos bons que apanhavam forte e feio do espertalhão da turma, que em vez de cérebro tinha banha (o que aos 7 anos é tão importante como ter músculos aos 20). Um dia haveria de descobrir.

"Porque é que os bons ganham sempre?"

Ele ainda não sabia mas haveria de ser um dos bons. Desses que se escondem em mil carapaças e que fingem que para eles está tudo bem e tudo vai dar ao mesmo enquanto, por dentro, o coração encolhe, encolhe, até ficar do tamanho de uma ervilha. Ele haveria de ser dos bons. Dos que infernizavam a vida da irmã mais nova, dos que a enxotavam quando estavam com os amigos e se riam do seu medo insano de cães. Dos que usavam o seu pânico por cobras para lhe dizer que debaixo da cama dela havia um ninho de víboras e obrigá-la a dormir com os joelhos no pescoço e acordar com as pernas dormentes. Dos que a ensinavam a andar de bicicleta e a ajudavam a levantar-se sempre que ela caía. Ele seria dos bons. Dos que riem com gargalhadas largas e bem dispostas, dos que fazem cócegas no espírito dos outros quando estão presentes. Dos que abraçam e gostam e cuidam. Dos bons. Dos que sonham sem acreditarem que também sonham, dos que choram ainda que poucas vezes o reconheçam, dos que têm o coração do tamanho do mundo e nem o sabem.

E ele é dos bons e não o sabe.

Mas já descobriu o segredo que o intrigou meia vida. Só não percebe o que de tão difícil havia na explicação de tal coisa.

"Na televisão os bons ganham sempre, porque na vida real isso quase nunca acontece."