terça-feira, 22 de setembro de 2009

A tempo

Chegava sempre tarde. Aos jantares de família, aos encontros com os amigos e até ao trabalho. As 21h15 sempre se transformavam nas 21h30 e por aí adiante. Não o fazia por mal. À excepção de quando ia trabalhar (quando sempre tinha de lutar consigo mesma uns minutos longos antes de se conseguir livrar dos lençóis) fazia sempre por chegar a tempo. Começava a arranjar-se a horas prudentes mas sempre chegava tarde. Sistematicamente. E mesmo quando decidiu adiantar o relógio, o resultado era o mesmo. Ela ria-se, encolhia os ombros e dizia que não tinha culpa. Que seria intrínseco, endógeno, genético até… e nunca deu muita importância à coisa.

Até ao dia em que percebeu que também era possível chegar tarde (ou pelo menos não a tempo) à vida de alguém.

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