segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Vivo

“(...) tinha 36 anos, e lembro-me por isso mesmo, porque foi o ano da minha vida em que me senti mais novo. Nem aos 25, nem aos 21, nem aos 18. Foi aos 36 anos de idade que eu me senti eternamente jovem, quase imortal ou, mais arrepiante ainda, indiferente à própria ideia de morte. E, se eu era jovem, tu, a meus olhos, eras a própria juventude. Tudo em ti, não apenas os teus absurdos 21 anos: a própria maneira um pouco estouvada de caminhares, como se ainda não tivesses aprendido bem a andar, a maneira de parares, virar a cabeça e sorrir por cima do ombro, os teus ares de menina pequenina que precisa de ser embalada, que alternavas com vãs tentativas de pareceres mulher adulta e sabida (...)”

Miguel Sousa Tavares - "No teu deserto"
No final ela morre...

2 comentários:

  1. Obrigado por teres estragado o fim de um livro que eu não vou ler. =D

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  2. E uma história velha... para queum se sinta vivo de maneira tao intensa, o outro acaba por morrer.

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