mas da boca da pessoa errada?"
e segue-se em frente, um bocado mais vazio
e sem se saber bem para onde...
(it never is)
Olhava à volta e à volta encontrava gente que estava nisto há muito tempo. Nove anos de um lado. Dez do outro. Mais seis ali. E oito aqui. E visto de fora era uma coisa bonita. E riam-se juntos. E continuavam a sair e a dar-se bem. E abraçavam-se daquela maneira como quem se aconchega. E tinham uma vida juntos.
Havia dias em que pensava que um dia isso também havia de ser seu. Havia dias em que o desejava com todas as forças e com toda a alma. Havia dias em que desejava que isto fosse de facto para durar. Que os 3 milhões de pedacinhos nos quais se tinha partido o seu coração há uns anos começassem por fim a juntar-se. Havia dias em que tinha esperança e conseguia sorrir e acreditar.
Depois havia os outros. Em que achava que isto era uma mentira e se afastava. Em que achava que não era para ser e que o único que fazia era forçar. Por medo de que não voltasse a ser capaz. Às vezes acha que está a queimar todos os cartuchos e a última oportunidade de que alguém lhe importe de verdade. Nunca consegue apagar a sensação de vazio.Tenta preenchê-lo com os seus sorrisos, com as palhaçadas, os mimos e os abraços que fazem que desapareça para o mundo. Por 15 minutos ou uma noite. Mas não mais.
Um dia pensou que podia voltar a voar. Um dia agarrou-se com força. Um dia quis sentir que sentia e que ia voltar a rodopiar na sua mão. Quis tanto e fechou tanto os olhos num desejo profundo que achou que não ia ser capaz de abri-los.
Mas a realidade vem sempre em forma de despertador. E foi quando percebeu que queria sentir, queria gostar, queria que lhe importasse de verdade... mas não conseguia, não era capaz. Por muito que fechasse os olhos.
E começou a sentir como o vazio voltava a crescer mas já sem doer. Só essa angústia fininha que já conhecia. Que durava o espaço que existe entre o que podia ter sido e a certeza de que não era para ser. E que se ia arrastar devagar até desaparecer outra vez.
Miguel Sousa Tavares - "No teu deserto"
No final ela morre...
Chegava sempre tarde. Aos jantares de família, aos encontros com os amigos e até ao trabalho. As 21h15 sempre se transformavam nas 21h30 e por aí adiante. Não o fazia por mal. À excepção de quando ia trabalhar (quando sempre tinha de lutar consigo mesma uns minutos longos antes de se conseguir livrar dos lençóis) fazia sempre por chegar a tempo. Começava a arranjar-se a horas prudentes mas sempre chegava tarde. Sistematicamente. E mesmo quando decidiu adiantar o relógio, o resultado era o mesmo. Ela ria-se, encolhia os ombros e dizia que não tinha culpa. Que seria intrínseco, endógeno, genético até… e nunca deu muita importância à coisa.
Até ao dia em que percebeu que também era possível chegar tarde (ou pelo menos não a tempo) à vida de alguém.
elmundo.es 17/09/2009
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elmundo.es 12/06/2009
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"No tiene ninguna relación con lo que hice antes, es todo lo opuesto de mis discos, más lúdico y expansivo y menos intimista. Es una oportunidad para experimentar nuevos sonidos alrededor del ritmo afrouruguayo. Tocaré repertorio mío y canciones tradicionales del candombe. Tengo muchas ganas: es el pretexto perfecto para disfrutar, aprender y buscar nuevos sonidos", explica el cantante. "Al final resultó ser un año menos sabático de lo que creí".
elmundo.es 12/06/2009
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'Ruas' [calles] —compuesto por dos CD, 'Lisboarium' y '&Tourists'— es como una habitación con dos ventanas: una para Lisboa y otra para el resto del mundo. Y junto con un primer disco de fados, Mísia saca una especie de disco 'outsider', con versiones de los Nine Inch Nails y los Joy Division, canciones turcas, napolitanas y japonesas. Todo está envuelto en un mismo paquete, que sale a la venta en España el 19 de mayo. En junio empieza la gira de presentación de su disco, que pasará por Valladolid (5 de junio), Madrid (3 de julio), Barcelona (4 de julio) y Sevilla (16 de diciembre).
El jueves se reunieron en Madrid para un fin de semana lomográfico, que empezó con la exposición 'Diana Vignettes', con más de 20 fotografías en gran formato de personalidades de diferentes disciplinas de la cultura española. Tres días llenos de actividades, que se completaron con un tour nocturno el viernes y un taller de fotografía.
Evento hermano de las muy conocidas Paris Photo y Miami Photo, la feria madrileña nace para colmar un vacío en la escena nacional y cubrir las exigencias de los amantes de la fotografía. En una atmósfera agradable, entre stands, pasillos, zonas de descanso y cafeterías, los visitantes tendrán acceso a fotos, libros sobre la especialidad y firmas de los artistas. Una manera de acercar el gran público a la fotografía contemporánea.
Se harían llamar Clã [en español, clan] y serían fieles al significado de su nombre: diecisiete años después, siguen juntos como una verdadera familia. Al quinto álbum, cruzan la frontera y llegan a Madrid el día 29, para presentarlo en la Sala Taboó.
elmundo.es 27/04/2009
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Precisei de 696 dias. Contados no calendário, entrapados em lágrimas, escorridos em horas de angústia e de raiva. De dentes cerrados até doer. E finalmente livre. Finalmente sem ti. Finalmente o olhar-te nos olhos e já não está. Foi-se a dor fininha. Foste-te.
22horas. Para pensar em como apagar as marcas. Para suspirar por última vez, deitando fora o último sopro de ti.
Precisei de te ter, de te sentir e perder e recuperar e deixar ir e afastar-te e odiar-te... tanto, tanto, tanto! Com tanta força e de olhos tão fechados numa tentativa inútil. E outra vez a cair e a dizer que desta é que é, desta é que vai ser o certo e a esquecer que eras um erro. O meu erro, o maior erro... (mas porquê tão certo?)... A minha maior verdade. Dessas que batem de frente. Cruas e definitivas.
Precisei de 696 dias e 22 horas para crescer. Para te fechar a porta e deixar ir sem olhar para trás. Mas tu tens de ganhar sempre, não é?
"-Eu jogo muito bem e não gosto de perder."
E por isso foste, mas levaste contigo o que eu fui antes de te conhecer. Por isso volta. Diz-me que voltas. Não que voltas para mim. Mas que voltas. Só para me devolveres o que eu fui. E depois podes ir. Não fiques. Eu não quero que fiques.
"Cuando grabamos el EP sabíamos que había algunas personas interesadas en nuestro trabajo. Pero nunca pensamos que pudiera llegar a esto", recuerda Conductor (Andro Carvalho). "Después de que el EP saliera a la venta, viendo la acogida de la gente, empezamos a darnos cuenta de que las cosas podrían ser mayores de lo que alguna vez nos había pasado por la cabeza".
elmundo.es 23/02/2009
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En 1999, este artista libanés creó un grupo de trabajo para concretar ese objetivo. 'The Atlas Group Archive', es un proyecto centrado en la guerra civil del Líbano, la historia del país entre 1975 y 1991, resucitada a través de vídeos, documentos y fotografías. "Muestro situaciones que pueden parecer banales pero que para mí son importantes para entender cómo sobreviven esos acontecimientos en la memoria de quienes los han vivido y cómo siguen ejerciendo su influencia hoy día", explica.
(Sim e sempre o soubeste.)
Nunca lhe assustou o teu passado, os erros de antes, a pessoa que eras e da qual tinhas tanto pudor em falar. Nunca quis saber. E achava graça à maneira embaraçada como falavas, como passavas a mão por cima das sobrancelhas ou pelo cabelo e ficavas estupefacto, a olhar para ela sem saber porquê.
-"Não sei porque raio te conto isto".
Olhavas para o lado, rias-te, passavas a mão pelo cabelo e abanavas a cabeça... Sempre.
Vistos de fora sempre seríeis um par estranho: ela, doce, delicada, amável, sempre com passos de bailarina e, ao teu lado, pequenina; tu, alto, meio bruto e ríspido, com mau feitio e mau humor crónicos. Ainda assim, vá-se lá saber porquê, entendíeis-vos. E éreis capazes de ficar horas a fio a conversar, sem ter de haver um fio condutor ou um sentido naquilo que dizíeis. Ela tirava de ti o lado mais meigo. Tu roubavas-lhe o sarcasmo e a ironia. E o tempo passava, quase sempre, depressa demais. E de fora ninguém entendia. E dentro também não. Porque tu achavas que ela era irreal e não podia existir e ia esfumar-se cedo ou tarde e ela achava que... ela não sabia o que achava.
"If you knew my story word for word
had all of my history
would you go along with someone like me"
(Sim, sabes que sim.)
Nunca quiseste acreditar que podia acontecer outra vez. Isto de te apaixonares sem sentido e sem razão. Aconteceu. De um dia para o outro. De tanta fuga e tropeção e tentativa e erro e um nos braços do outro e os dois de lágrimas nos olhos e um adeus e um pára e recomeça e quero-te mas não posso e posso mas não quero e não devo e os dois sem dormir. E risos. E não quero saber e amo-te e preciso-te e gosto-te e desespero e adeus. E angústia. E sufoco. E sozinhos os dois. E dúvidas por certezas e mais fácil e tão difícil. E um nó que não se desfaz. E vazio. E silêncio.
Aos poucos, o ar voltou a passar e a respiração voltou ao normal. E tu fazias a tua vida e ela fazia a dela. E os dois a arrastar o amor nas horas e nos dias. Ou isso ou a enlouquecer.
- "Esqueci-te".
- "Esqueci-te".
- "Não te esqueci".
E parecia que nunca ia passar e o peso sempre no peito. E os olhos a fechar e a mesma imagem no escuro.
E um dia o voltar atrás. E já não a mão pelo cabelo. Nem o sorriso ou a dúvida. E tu a voltares a ser quem foste. E ela a encolher. E copos e conversas e gestos e tu não és esse. E ela a encolher. E um ponto pequenino no fundo do bar e tu a agarrares-lhe a mão e ela a já não estremecer. E ela a querer desaparecer e já não igual, já não os mesmos. E tanta vontade de ser diferente e agora já é. E perdida. E vazio. E silêncio. E o aperto mas não o mesmo.
Nunca quis saber de quem foste, o que foste, o que fizeste, o que pensaste. Antes. E tu nunca acreditaste que ela podia gostar de ti assim. Agora. E orgulhar-se e querer-te para sempre. Assim. Tão inacreditavelmente opostos e contrários. E por não acreditares não exististe. Sempre o mesmo, sempre o voltar atrás e o medo de ser maior e o agarra e larga e deixa estar que eu sou capaz e não preciso. E precisavas. Mas não querias. E acabou.
La primera gran muestra en España de su trabajo está en el Museo Reina Sofía hasta el 16 de febrero. 'Zoe Leonard: Fotografías' recoge cien obras de la fotógrafa norteamericana, que traducen todo su trabajo desde los años 70 hasta la actualidad.
Sus poemas le dieron la fama pero incluso en Portugal, poca gente conoce las cuartetas que también son suyas. Solía decir que las cuartetas "son las jarras de flores que un pueblo coloca en la ventana de su alma" y esta parte de su obra es un homenaje a lo más popular que existe en la cultura portuguesa.
En uno de sus viajes de regreso a Lisboa, el artista portugués Richard Câmara descubrió este lado oculto del poeta y le encantó. Cogió 35 cuartetas y les dió una nueva vida con sus ilustraciones, que ahora llegan a Madrid, en la exposición 'Pessoa POPular'. La exhibición, que es parte de la programación de la VI Mostra Portuguesa, se inaugura el martes y estará en el pabellón de exposiciones de la Universidad Autónoma hasta el próximo día 28.